Em entrevista concedida ao jornal A Crítica, João Pacheco de Oliveira, um dos principais nomes da antropologia brasileira, fala sobre medidas que, segundo ele, são contrárias aos direitos dos povos indígenas
Por Elaíze Farias
Manaus, 14 de Outubro de 2012
Um dos principais nomes da antropologia brasileira e referência obrigatória da etnologia indígena, João Pacheco de Oliveira, desde que iniciou trabalhos de pesquisa junto ao povo ticuna, no Alto Solimões, há mais de 30 anos, nunca deixou de ter relações com a Amazônia e com o Amazonas em particular.
Professor titular do Museu Nacional (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Oliveira desenvolve há algum tempo intercâmbios com professores e alunos de antropologia e de educação na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e na Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
O engajamento junto com os movimentos sociais enquanto antropólogo é uma das principais marcas de sua longa trajetória acadêmica, cuja ação procura dar voz aos grupos excluídos, como indígenas, quilombolas e povos tradicionais.
Na academia, João Pacheco de Oliveira desenvolve pesquisas não apenas como indígenas da Amazônia. Em uma iniciativa pioneira junto com outros antropólogos realiza estudos sobre a presença indígena no Nordeste, considerado um grupo até então extinto e com pouco espaço nas pautas do indigenismo oficial. Foi orientando (mestrado) de Roberto Cardoso de Oliveira e de Otávio Velho (doutorado), dois dos mais destacados antropólogos do país.
Em setembro passado, João Pacheco de Oliveira esteve em dois momentos em Manaus, ministrando o curso “Antrologia do Território” no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em um intercâmbio com o grupo de pesquisa das professoras Maria Helena Ortolan e Thereza Menezes. O curso ainda terá um terceiro módulo.
No intervalo de um dos módulos, João Pacheco de Oliveira recebeu o jornal A Crítica para uma entrevista na qual ele falou sobre temas emergentes da pauta indígena (ou, para muita gente “pauta anti-indígena”), como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, que propõe mudanças no processo de demarcação das terras indígenas, a portaria 303 da Advocacia Geral da União (AGU), que estabeleceu critérios de atuação nas terras indígenas (considerada pelos indígenas uma afronta aos seus direitos), as hidrelétricas na Amazônia e o que ele chama de “genocídio” do povo guarani-kaiwó, do Mato Grosso do Sul.
Leia aqui a entrevista completa.