Autor: João Pacheco de Oliveira
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O ponto de união entre os trabalhos contido neste livro é a intenção de mostrar que uma compreensão das sociedades e culturas indígenas não pode passar sem uma reflexão e recuperação críticas de sua dimensão histórica. Caminhando contra o senso comum, que sempre focaliza os indígenas como relíquias vivas de formas passadas de humanidade, a proposta do livro é considerá-los como sujeitos históricos plenos. Isto significa inseri-los em eixos espaço-temporais e relacionados a conjuntos específicos de atores, com valores e estratégias sociais bem determinados. Na primeira parte, “Etnografia amazônica”, são apresentados dois estudos sobre os índios ticuna, que procuram abordar temas pouco habituais nas pesquisas etnológicas, como a relação entre dinâmica política interna e ação indigenista, e o antropólogo como ator político durante seu trabalho de campo. Na segunda, “Atravessando fronteiras étnicas”, procede-se a uma análise da história da população indígena no Brasil através das categorias censitárias e das políticas públicas que lhes eram contemporâneas, buscando-se refletir sobre a possibilidade de uma etnologia para o estudo das populações indígenas que registram altos índices de perda cultural. Na terceira parte, “Indigenismo, pluralismo e o papel do antropólogo”, são fornecidos elementos para uma crítica sociológica ao indigenismo. O texto final, “Uma trajetória em antropologia”, apresentado pelo autor ao concurso de Professor Titular do Museu Nacional (UFRJ) na disciplina Etnologia, compõe-se de um depoimento sobre sua trajetória profissional e de uma reflexão sobre o relacionamento entre ética, ciência e políticas de Estado.
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